O que é a memória metabólica?

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Você já ouviu falar em memória metabólica? Ela faz o seu corpo “se lembrar” de alguns aspectos, como nos casos da hiperglicemia, mantendo algo seus níveis de glicose no sangue, mesmo quando já há controle.

 

E a resposta prática para essa condição é que até o seu metabolismo tem memória — e pode guardar informações importantes por anos. Em pessoas com diabetes, por exemplo, os períodos de alto nível de açúcar no sangue podem afetar negativamente sua saúde anos mais tarde, mesmo que eles consigam com o tratamento e acompanhamento nutricional melhorar as taxas de açúcar no sangue. 

 

Embora esse fenômeno de “memória metabólica” seja conhecido há anos, mal se compreende por que isso acontece. 

 

O que é a memória metabólica?

Sabemos que o açúcar elevado no sangue pode levar a uma variedade de complicações, incluindo doenças oculares, renais, nervosas, cardíacas e derrames. 

 

Mas a relação entre o controle estrito do açúcar no sangue e o risco de complicações não era bem compreendida antes da década de 1980.

 

Em 1983, o Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) começou a rastrear complicações em 1.441 participantes com diabetes tipo 1. Os pesquisadores compararam a ocorrência de complicações de longo prazo entre os participantes que regulavam rigidamente seus níveis de glicose no sangue com aqueles que seguiram um regulamento padrão menos restrito.

 

Após 10 anos, a diferença era notável — o risco de complicações diabéticas foi reduzido em participantes que regulavam rigidamente o açúcar no sangue, mas não naqueles que seguiam a regulamentação padrão. Em outras palavras, uma pessoa com mais açúcar no sangue tinha um risco maior de complicações.

 

Apesar da regulação do açúcar no sangue ser muito semelhante em todos os pacientes (medida pela hemoglobina A1c, chamada HbA1c), as diferenças persistiram entre os dois grupos de intervenção originais. E o resultado desse fenômeno dos efeitos de longo prazo do controle alto ou variável do açúcar no sangue foi chamado de memória metabólica.

 

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Uma destruição doce

O açúcar extra no sangue pode interagir com as células, o DNA e as proteínas, acrescentando-se a coisas que não deveriam estar presentes por meio de um processo chamado glicação . Na verdade, a HbA1c pode ser considerada como glóbulos vermelhos revestidos de açúcar.

 

As moléculas revestidas de açúcar não podem funcionar tão bem, se é que funcionam, e o dano começa um ciclo de autoperpetuação. Essas moléculas danificadas não apenas param de funcionar, mas também podem se acumular na pele, olhos e outros órgãos, causando danos e acelerando o processo de envelhecimento. 

 

O acúmulo de moléculas revestidas de açúcar pode desencadear a criação de radicais livres prejudiciais, causando estresse oxidativo e alimentando um ciclo destrutivo.

 

Embora o açúcar possa modificar diretamente as moléculas, ele também pode desencadear outras modificações epigenéticas. Mas essas modificações podem controlar como os genes são expressos, alterando os níveis de proteína nas células.

 

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Como o corpo se comporta

E essa memória metabólica afeta diretamente o corpo. Por exemplo, o seu corpo pode se comportar como se estivesse ainda com o sobrepeso mesmo que você já tenha emagrecido e atualmente esteja no peso ideal. 

E ele causa também um efeito contrário, em pessoas que precisam engordar por algum motivo, e não conseguem. Ou seja, a memória metabólica é a lembrança que o seu corpo tem da forma física a qual ele está habituado, e a forma como ele sobreviveu nos últimos anos, a famosa homeostase!

Mesmo que ele passe por mudanças, a memória metabólica é responsável por condicionar o corpo a permanecer do jeito que está. Isso porque o organismo mostra uma redução da taxa de metabolismo basal após uma perda de peso mais severa, diminuindo o gasto energético, porque ele entende que esta redução da taxa de gordura como uma agressão.

É como se fosse uma forma de proteção, diminuindo todo o gasto energético, poupando energia para uma possível emergência.

 

O seu corpo consegue se adaptar

Porém, com o passar do tempo, um bom controle alimentar e a prática de exercícios, a tendência é que o corpo vá novamente sendo receptivo aos novos estímulos adaptando e os resultados novos podem ser novamente apreciados.

 

Para isso é necessário que você sempre periodize sua dieta, o que quer dizer que sempre iremos gerar novos estímulos no padrão calórico e distribuição de macronutrientes. Isso é o que fazemos em nossa prática de consultório com os nossos clientes diariamente!

 

Dessa forma, é possível dar ao corpo uma nova memória metabólica. Isso permite que você consiga otimizar resultados, e por isso um acompanhamento nutricional é de fundamental importância.

 

Ou seja, por mais que seu corpo tenha uma memória metabólica, é possível revertê-la. Mas isso requer disciplina e foco, seguindo sempre as orientações nutricionais e físicas recomendadas para seu caso. E caso queira agendar uma consulta, clique aqui!

 

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